Olá menine, tudo bem? Hoje vamos falar da tendência old money, uma estética que vem crescendo cada vez mais entre os jovens, principalmente e graças ao tão famoso Tik Tok, e que vem gerando opiniões um tanto controversas. De um lado, há quem veja a estética old money como mais uma tendência passageira, uma brincadeira. De outro, há quem veja nessa brincadeira uma problemática maior, reflexo de um desejo de pertencimento a padrões de vida mais elevados. Mas uma coisa é fato: a tendência old money é mais uma prova de que moda não é só a forma como nos vestimos, mas sim a forma como nos vestimos é o nosso comportamento e pode revelar muito mais sobre uma pessoa, ou uma geração inteira, do que podemos imaginar.
O que é old money?
O nome old money em português significa “dinheiro velho”, e faz referência ao dinheiro acumulado de grandes fortunas que passam de geração para geração. Na moda, essa estética traz peças básicas e clássicas, lembrando aos uniformes dos jovens herdeiros, estudantes das universidades mais caras da Europa (especialmente Inglaterra). Dentro do estilo caracterizado como old money, as roupas de grifes são as protagonistas, mas sem aquela pegada toda de logos enormes estampados para mostrar as marcas.
Como surgiu?
Os uniformes com saias xadrez, terninhos, camisas e cardigãs passaram a ser um código entre os jovens para identificar uns aos outros como membros pertencentes de uma determinada classe social – a mais alta – e assim foram inseridos no dia a dia além das salas de aula. Com a popularização dessa estética, outros elementos clássicos e de um luxo “minimalista”, como tecidos nobres, cortes sofisticados, muito dourado e tons neutros.
A volta do old money
Em uma fase na qual estamos vendo uma explosão de cores, os elementos da moda mais escandalosos dos anos 2000, estampas e muito volume oversized, é engraçado pensar que o old money com todo o seu minimalismo tenha ganhado tanto espaço. E vendo esse contraste como uma oportunidade de se diferenciar dos demais – e conversar com a geração mais jovem – a Miu Miu apostou todas as fichas nessa estética nas suas últimas coleções, o que não só deu muito certo para a marca, como ajudou ainda mais a popularizar o estilo.

A marca vem trazendo em suas coleções peças de alfaiataria em tons neutros, as famosas saias pregueadas que relembram uniformes, camisas polo, ternos, camisas e tricôs de modelos clássicos, mas tudo isso focado no público jovem nos detalhes: comprimentos mini – ou micro – peças recortadas à faca (sim, a própria marca afirmou que as barras não são recortadas com tesoura, nem máquina, nem navalha, é faca!) e looks com propostas sem gênero. Uma sacada genial, já que traz o clássico que o público está buscando, mas conversando com uma geração que vê na moda uma oportunidade de revolução e liberdade.
E qual é o problema do old money?
Claro que se estamos falando de um estilo que veio da burguesia, estamos falando de algo que surgiu como um símbolo de status, e mais do que isso, de uma moda que tinha como objetivo excluir pessoas menos favorecidas. Não é a toa que “quase” toda referência que encontrarmos traz pessoas brancas, porque historicamente, as classes sociais mais altas sempre foram majoritariamente brancas (racismo, racismo estrutural, e tudo o mais que continua acontecendo nos dias atuais). Dessa forma, o old money na sua origem, surgiu como mais uma forma de discriminação de pessoas pobres e negras, como muitos outros estilos dentro da moda.
Portanto, por um lado, o ressurgimento dessa estética entre os mais jovens pode ser uma forma de popularizar e democratizar o estilo old money, como se dizendo que qualquer pessoa pode usar, e é nessa tecla que a Miu Miu bateu e acertou em cheio. Por outro lado, essa tendência pode representar um desejo de estar entre as classes mais altas, de fazer parte da burguesia, de consumir produtos de luxo que somente aqueles que têm acesso sabem que é de luxo, fazendo renascer um sentimento de superioridade que não é nada saudável. Além disso, a Miu Miu conversa muito bem com os jovens que buscam nessa tendência uma forma democratizar a moda, com seus recortes nada óbvios e composições pensadas para vestir todo e qualquer gênero, mas estamos ainda falando de uma marca para consumidores de alto padrão aquisitivo, então será que esta moda proposta pela gigante chega a pessoas de renda mais baixa em versões mais acessíveis? Será que existe uma aceitação desse estilo entre os jovens que não consomem marcas de luxo? Deixo aí meu questionamento. Agora quero saber de você: o que você acha disso tudo? Qual é sua opinião a respeito: a volta do old money para a moda é um aspecto mais positivo, ou mais negativo? Responde aqui nos comentários!
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