Neste ano uma das frases que ouvi sobre moda que mais me marcou, foi dita por Ana Fernanda, ativista e representante do movimento Fashion Revolution, em uma de suas aulas: “não basta mais falar sobre moda consciente. Uma pessoa que fuma, por exemplo, sabe que o cigarro faz mal à saúde, mas continua fumando. É preciso falar sobre moda responsável.” Ou seja: nosso discurso não pode ficar apenas no “saber o que está fazendo”, porque isso não impõe as mudanças que a gente precisa. É preciso compreender a urgência da relação saber-praticar para que de fato a nossa moda consciente tenha significado.
“não basta mais falar sobre moda consciente. […] Uma pessoa que fuma, por exemplo, sabe que o cigarro faz mal à saúde, mas continua fumando. É preciso falar sobre moda responsável.”
Mas o que é moda responsável?
Moda responsável não é simplesmente dizer “compre em brechós” como se de tal forma os impactos ambientais e sociais da moda fossem neutralizados pelo second hand, vai muito além disso. E não dá para falar sobre moda responsável sem falar sobre moda sustentável. Mas uma coisa já te adianto: o incentivo ao consumo não está presente em nenhuma parte da moda responsável ou moda sustentável.
Se falamos em moda e consumo responsáveis, estamos falando em: diminuir o nosso ritmo de consumo, pesquisar e saber sobre as matérias primas das nossas roupas, sapatos, acessórios, e conhecer os processos de produção, para, sempre que possível, dar prioridade às marcas que trazem propostas mais sustentáveis (façamos nossas pesquisas, aqui no site tem bastante conteúdo sobre isso, mas não se prenda aos meus conteúdos e faça suas pesquisas também!). Precisamos olhar para & consumir mais a moda nacional. Dar preferência a produtos com maior qualidade para maior durabilidade, e optar por itens que nos sirvam em mais ocasiões, reduzindo assim a necessidade de substituições. Entender para onde vai o nosso lixo têxtil bem como todo o seu impacto para o meio-ambiente, para exercer um descarte correto das nossas peças. Dar preferência à moda circular. Compreender que por trás das nossas roupas, existem pessoas trabalhando, e estas pessoas também precisam de condições de trabalho e remunerações dignas. Entender e aceitar o fato de que a moda DEVE deixar os animais, que também fazem parte da natureza, longe das nossas vaidades. E claro, COBRAR das marcas as mudanças que elas DEVEM fazer, com olhar atento para não cairmos no tão temido greenwashing. Além de muitas outras ações que vamos “destrinchando” ao longo da nossa jornada.
Moda sustentável na era dos likes?
Claro: falar sobre moda responsável na era das redes sociais é um enorme desafio, tendo em vista a quantidade de informações – e mais ainda, DESinformações – que elas trazem, quando o consumo impulsionado por status é muitas vezes, o protagonista. É muito difícil tocar nesses assuntos sem gerar incômodo, ainda mais quando uma galera tão grande que consome conteúdo de moda já está acostumada a pensar que moda se resume a “look do dia”, a marcas de luxo, e a tendências, nossa conversa é vista como militância(e pode até ser…). Mas é necessário e urgente levantar essas pautas de forma CORRETA, porque do contrário, daqui a algum – pouco – tempo não haverá mais moda para se produzir. E pode ter certeza: você estará sim muito vivo/viva até lá.
Além disso, se gostamos tanto assim de moda, é mais do que indispensável nos mantermos informados sobre o que gostamos. A moda já é muito reduzida a futilidades por pessoas que são de fora da nossa bolha – um grande exemplo disso são os uniformes das Olimpíadas – então nada justo para nós sabermos o que é necessário para desmitificarmos esses paradigmas.
Onde se informar sobre moda responsável?
Não se engane: nenhum veículo de comunicação de moda vai falar tão bem sobre moda responsável/sustentável quanto os portais que já nasceram com essa missão. Por isso, hoje vou recomendar alguns perfis que acompanho e recomendo para aprofundar o seu conhecimento e o seu senso crítico sobre este assunto, é só clicar nos links inseridos:
- Claro que a primeira da lista é a Ana Fernanda, que traz questionamentos e informações de extrema importância sobre sustentabilidade e diversidade na moda. Ana é coordenadora e representante do movimento Fashion Revolution, que não só fornece informações, matérias, relatórios, como também tem cursos para quem quer se aprofundar mais nestes assuntos;
- O perfil Moda Limpa, que oferece cursos de moda sustentável, e claro, muita informação bacana nas redes sociais;
- O perfil Moda Inclusiva, que trabalha há mais de quinze anos para trazer uma moda inclusiva, diversa e funcional para todos os corpos;
- Carol Barreto que é ninguém menos do que a criadora do Coletivo Moda Ativismo, que você deve seguir também, pois são dois perfis que falam sobre a igualdade racial e de gêneros na moda, além da arte, educação e cultura;
- Paloma Gervásio, que além de consultora de imagem é idealizadora do coletivo RCNI Brasile do Negrxs Diálogos de Moda, promovendo a aproximação da comunidade negra na moda e na consultoria de imagem, propondo a apreciação da moda afro-brasileira;
- Instituto SustexModa, que compartilha informações e soluções para uma cadeia têxtil mais limpa, também oferece cursos, palestras e eventos;
- Alexandra Farah, que é jornalista e comunicadora de moda e sustentabilidade juntamente com o Reset Podcast;
- E o Instituto Brasil Eco Fashion juntamente com o Brasil Eco Fashion Week, plataforma de moda, inovação e sustentabilidade que organiza a maior semana de moda sustentável da América Latina, além de trazer assuntos pertinentes ao tema.
Podemos citar muitos outros profissionais e páginas que são importantes para levantarmos essas conversas dentro da moda, mas de início, indico estes 14 perfis que são os que mais acompanho. E claro: se você tiver alguém para indicar, deixe aqui o seu comentário que será muito mais do que bem-vindo e esperado!
Espero que tenha gostado da leitura e das dicas. Um beijão e um ótimo final de semana pra nós (hoje é sexta-feira hahaha)
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