Mulheres, Raça e Classe, de Angela Davis

Se for para descrever em uma só palavra, Mulheres, Raça e Classe, escrito por Angela Davis é impressionante. É impressionante por nos mostrar uma face da história que fica somente nos bastidores. É impressionante por mostrar que a verdade vai muito além do que sabemos ou possamos imaginar. Eu, particularmente, amo esse tipo de leitura: que nos faz ver além do óbvio. Angela Davis é filósofa, foi professora de na Universidade da Califórnia, integrou o grupo revolucionário Panteras Negras, que lutava pelos direitos da população negra americana na décadas de 1960.

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Sobre Mulheres, Raça e Classe

Angela fala do papel da mulher na sociedade por uma perspectiva que é muito ignorada, começando da escravidão, na qual as mulheres eram exploradas principalmente sexualmente, chegando ao movimento antiescravagista. Com o movimento antiescravagista esperava-se, com a “liberdade” que lhes foi dada, que fossem praticados os direitos das mulheres. Porém, as coisas não ocorreram dessa forma. Ao mesmo tempo em que as mulheres brancas apoiavam o movimento antiescravagista, se colocavam em posição superior ao das mulheres negras e acreditavam que não deveriam ocupar as mesmas posições na sociedade, ou seja, pela lógica, “você já não é mais uma escrava, quer mais o que?”. Partindo da premissa de que as mulheres negras não precisavam de educação básica, de que não tinham os mesmos direitos de mulheres brancas, que não precisavam viver na mesma sociedade em igualdade, consequentemente não fariam parte do movimento sufragista  feminino. Ao mesmo tempo em que as mulheres lutavam por conquistar uma posição de maior respeito na sociedade, ignoravam suas companheiras de pele negra.

A crítica de Angela é, neste ponto, à contradição ocorrente na luta pelos direitos das mulheres, uma vez que deveriam todas manter-se unidas em prol de grandes objetivos em comum, se separavam por classe social e raça. Essa separação, consequentemente, fez com que a influência do racismo crescesse, pois se não deveriam as mulheres negras lutar com as brancas, pela lógica racista, não deveriam viver com as brancas. Esta situação toda é interessante  para perceber que a ignorância do ser humano pode ser muitas vezes maior que sua bondade e até mesmo seus objetivos. Claramente, as mulheres negras continuaram sua luta por muito tempo. Mas Angela não para por aí e também faz suas observações sobre o legado da escravidão e em como contribuiu com o racismo e o papel da mulher na sociedade. Expõe as dificuldades das mulheres na luta por igualdade, o preconceito e o machismo, e como isso tudo contribuiu para a situação cultural, econômica e política nos Estados Unidos.

 

Minha Opinião Sobre Mulheres, Raça e Classe

É difícil falar brevemente de Mulheres, Raça e Classe por ele ser muito completo, mas eu não gosto de revelar muitas informações para não perder a graça da surpresa da leitura, o que posso dizer que é um dos livros mais fortes que li, abre os nossos olhos para fatos despercebidos e nos faz enxergar a atual realidade de uma forma diferente do que estamos acostumados. Seja você homem ou mulher, negro ou branco, rico ou pobre, vai ficar impressionado com o conteúdo.

Informações:
Capa comum: 248 páginas
Editora: Boitempo
Idioma: Português
Dimensões do produto: 22,8 x 15,8 x 1,4 cm
Classificação: 5 estrelas!!!!!
Preço médio: entre R$37,50 a R$54,00 na amazon.com.br
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 Quem sou eu?
Oi! Eu sou Kátia Malagodi, criadora do DMF, publicitária, modelo, vegetariana, apaixonada por moda sem regras, beleza sem crueldade, livros e música. Criei o blog DMF em 2016 pra compartilhar algumas ideias, e de lá pra cá aprendi muito e me apaixono cada vez mais pelo que faço! Me siga no Instagram @katiamalagodi pra acompanhar mais dicas e conhecer um pouco da minha rotina sem rotina, e siga o @docemaldadefeminina também pra acompanhar dicas exclusivas do Insta! Te encontro por lá!
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