Minha primeira leitura concluída de 2019 é um livro que eu gostaria de ter lido há muito tempo e de um autor incrível. A Cidade do Sol, de Khaled Hosseini é um daqueles livros que fica fresco na memória por muito tempo, e impressiona por sua sagacidade.
Sobre o Autor
Khaled Hosseini é afegão, naturalizado estadunidense, é médico e escritor, autor de O Caçador de Pipas, obra que o fez ganhar grande reconhecimento e admiração no meio literário e foi o seu primeiro livro e grande sucesso. Em seguida escreveu A Cidade do Sol, e O Silêncio das Montanhas. Khaled Hosseini nasceu em Cabul, no Afeganistão, e aos 11 anos se mudou para Paris com a família, indo morar em seguida nos Estados Unidos, onde por alguns anos receberam ajuda governamental, enquanto seu país de origem mergulhava nas guerras civis que mudariam toda a história do Afeganistão.
Sobre A Cidade do Sol
A Cidade do Sol começa contando a história de Mariam, uma adolescente de 15 anos, seus pais não são casados e Mariam foi criada com sua mãe solteira, o que é muito mal visto para uma mulher na cultura afegã. Mariam mora com sua mãe, Nana, em uma cabana construída por seu pai, para que ele pudesse “cuidar” da filha sem precisar se casar com Nana, a quem ele considerava indigna. A vida de Mariam muda quando aos 15 anos ela decide deixar sua mãe e ir morar com seu pai, que em poucas semanas a coloca em um casamento arranjado com um homem muito mais velho que ela. Por muitos anos, Mariam é a única esposa de Rashid, e quando ele se casa com sua segunda mulher, Mariam mostra grande resistência a dividir a casa e o esposo com uma moça mais jovem e desconhecida. Com o passar do tempo, Rashid se mostra violento, intolerante, completamente abusivo, e tanto Mariam, quando Laila, a segunda esposa de Rashid, acabam se aproximando como uma tentativa de serem fortes ao abuso sofrido pelo marido. E então, após anos de agressões físicas, morais, humilhações e privações, Mariam precisa tomar uma atitude desesperada para salvar o resto de vida que lhe sobrou.
A Cidade do Sol é uma história cheia de realismo, que mostra muito da cultura afegã e conta um pouco do que aconteceu no Afeganistão, no limite de ser um país pacífico e um país de guerra. Para o leitor ocidental, é um choque de cultura muito grande e que leva a muitos questionamentos, e a principal característica presente no livro é a força do machismo em países do oriente médio. Além de os homens terem o direito de se casarem com várias mulheres, as mulheres são tratadas como se fossem empregadas domésticas, escravas sexuais pois a vontade delas não importa quando eles querem, elas não podem andar na rua sozinhas, estudar e trabalhar é algo mal visto para uma mulher. A palavra de uma mulher, no Afeganistão, não tem o mínimo valor, e não importa o que o homem faça, se for contra uma mulher, sempre terá uma forma de amenizar a situação, justificar e culpar a mulher por qualquer tipo de abuso.
Apesar de A Cidade do Sol ter um ritmo de leitura mais calmo, tem momentos em que não dá para largar o livro, é como uma montanha russa e quando você menos espera acontece algo de que você não vai aguentar deixar para depois. Na história, passam-se mais de 20 anos, e Mariam deixa de ser uma garota inocente e melindrosa para se tornar uma mulher cansada e traumatizada, porém muito corajosa e que quando percebe que não tem nada a perder, coloca tudo em jogo. Se prepare para as emoções da leitura, porque você vai torcer pela Mariam, quando menos esperar vai se colocar no lugar dela e sentir empatia pelo personagem, e também vai ter raiva de Rashid. Pra finalizar, Khaled Hosseini é um escritor maravilhoso, e vale a pena conhecer as obras do autor.
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