Feminismo Para Os Tempos Atuais

Quando o feminismo surgiu, ele abrangia mais as mulheres brancas do que as mulheres negras: para votar, trabalhar, para incluir as mulheres no mercado de trabalho, para que elas tivessem sua liberdade econômica, enquanto que as mulheres negras eram excluídas dessa “luta” por serem negras. Infelizmente, ainda vemos esse pensamento retrógrado nos dias de hoje, e isso dificulta o grande propósito do feminismo que é buscar por direitos pra todas as mulheres.
Esse “complexo de superioridade” criado entre mulheres dificulta toda a luta do feminismo por exigir direitos básicos, como o respeito e a liberdade. Mulheres julgando a outras pela forma de se vestir, pelos lugares que frequenta, pelo estilo de vida, só favorece a linha de pensamento de que existe “mulher pra casar e mulher que não é pra casar”. Como se o casamento devesse ser parâmetro para medir a decência de alguém, novamente, trazendo o machismo à tona: como se TODA mulher quisesse se casar, como se o papel da mulher na sociedade fosse se casar.

E qual é a importância do feminismo hoje, dia 17 de fevereiro de 2020?

Claro que o feminismo conquistou muitos direitos pra nós, e temos hoje os mesmos direitos civis dos homens, mas nós sabemos que a ideologia machista ainda existe e é tão forte, que não só vivemos, como todas as mulheres que conhecemos viveram algum tipo de discriminação por serem mulheres.
Desde a piada de mal gosto até a empresa dar preferência a contratar uma mulher que não tem filhos, por exemplo, ou um homem, é um “sintoma” do machismo. De achar que a mulher que tem filhos não vai ser produtiva, porque ela é mãe, quando o pai que tem filhos não é visto dessa forma. Nunca um homem deixa de ser contratado por ter filhos, mas a mulher sim, e isso acontece porque as pessoas colocam muito mais a responsabilidade da formação da criança sobre a mãe, do que sobre o pai. Ninguém pergunta para o pai onde que está o filho dele quando ele sai, mas para a mãe, é quase a primeira coisa a se perguntar. O homem sai, vai jogar bola, vai pro bar com os amigos e volta pra casa tranquilo sem ser julgado irresponsável por isso porque a mãe está com a criança, mas quando a mãe vai pro bar com as amigas, quando a mãe deixa a criança com a avó pra ir pra academia, quando deixa com os tios pra ir trabalhar, ela que é irresponsável, e é nessa hora que eu te pergunto: cadê o pai da criança?
Outro exemplo que eu sinceramente já me cansei de falar, é sobre assédio. Os homens que cometem assédio fazem porque eles se sentem no direito de assediar, de abusar, e usam a desculpa nojenta de que as mulheres gostam. Se você sai com uma roupa um pouco mais curta, uma calça um pouco mais justa, para os assediadores é um convite, porque a sociedade com seu machismo estrutural ensina que  existe “mulher pra casar e mulher que não é pra casar”, e isso, claro, na linha de pensamento machista, é medido pela forma que nos vestimos.
A forma como as mulheres são julgadas é sempre mais dura do que os homens, como se das mulheres fosse justo esperar uma postura diferente, e dos homens fosse aceitável. Um exemplo disso é aquele reality show que eu não vou dizer o nome, em que uma mulher comprometida foi criticada e “cancelada” pela internet por ter dito que queria beijar um colega, enquanto um homem casado com a mulher quase dando a luz foi perdoado por passar a mão e tentar beijar uma mulher lá dentro. Agora me responde: porque ele foi perdoado e ela foi “cancelada”?
Uma cultura que foi ensinada a acreditar na história de uma mulher que engravidou virgem e virou santa, carrega até hoje a ideia de que a mulher tem que ser por obrigação imaculada, submissa, bela, recatada e do lar. E é pra isso que precisamos do feminismo: para termos respeito independente de nossas roupas, de nosso batom, de nossa história. Para sairmos sem a preocupação de que alguém vai nos constranger – ou pior, abusar – pelo tamanho da nossa saia, e para que todos entendam que a mulher abusada jamais é culpada. Para que a mulher passe na entrevista de emprego pela sua capacidade e que o empregador entenda que o filho dela tem pai, que é igualmente responsável por sua educação e sustento. Nós não somos santas, não somos heroínas, não somos “guerreiras por natureza”, nós somos pessoas comuns, normais, que têm o mesmo direito de liberdade em todos os seus sentidos que qualquer homem livre.
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