Brazilcore pra quem?

A Rabanne parou o mundo da moda com a nova campanha celebrando o Brasil, o funk carioca e o estilo de vida festeiro dos brasileiros. Com mais de 70 pessoas, passinhos de funk, e uma estética “hiper brasileira”, a campanha de verão 2025 “Sunset to Sunrise”, está dividindo opiniões – e com certa razão.

Por um lado, é gigante ver a cultura que por aqui é marginalizada sendo vista como arte lá fora. O estilo que predomina nas comunidades tem a sua beleza, e comunica a força e resistência do brasileiro diante de um sistema feito pra manter nas bordas. Além disso, a campanha foi muito bem-feita e com um casting todo brasileiro – o que ao meu ver, é o mínimo que a marca poderia ter feito. Por outro lado, os gringos já perceberam que o brasileiro é um público que engaja e MUITO nas redes sociais. Fica então o questionamento: será que a marca não está mais interessada no “biscoito” das redes sociais? Para quem a marca quer vender o seu produto? E mais importante: será que a Rabanne não está vendendo lá fora um estereótipo, nos colocando no clássico lugar de “exótico”?

Fato é que a Rabanne não vende PARA as comunidades. O cliente da Rabanne é um cliente de luxo. E quando a marca faz uma campanha dentro das comunidades, com pessoas de lá, mas vende para outro público, entra num discurso incoerente. Você até pode ver alguém usando Rabanne nas comunidades, mas sejamos realistas, é inacessível para este público. É uma campanha linda e com certeza com um casting muito talentoso, mas que não dialoga com o que eles mesmos estão querendo comunicar.

Outro ponto MUITO IMPORTANTE a se levantar é: o estilo das favelas só é considerado bonito quando veste pessoas da elite, especialmente brancas. Você se lembra de poucos meses atrás quando as gringas estavam usando o famigerado Nike Shox? Bastou que o modelo começasse a dar as caras lá fora para que as blogueiras daqui começassem a usar. Mas o Nike Shox já era, há muito tempo, amplamente usado por aqui nas comunidades, justamente por pessoas que são marginalizadas. Ou seja, quando a favela usa, é feio, mas quando a blogueira loira usa, é estiloso…

Independentemente de ser uma estratégia “caça likes”, ou uma ação genuína da marca, no fim das contas, sabemos que quem vai ter acesso a esses produtos são os mesmos clientes ricos de sempre. Então esse brazilcore funciona para quem?

Agora me conta aqui nos comentários: o que você achou dessa campanha? Você acha que eles acertaram?

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Oi! Eu sou Kátia Malagodi, criadora do site DMF. Com formação em Consultoria de Imagem pelo SENAC, consultoria de moda certificada pela ABED, modelo profissional, publicitária e com muita experiência em comunicação e redação de moda desde 2017, trago aqui todo meu conhecimento pra te ajudar na construção de estilo pessoal, e principalmente, a encontrar a sua melhor versão. Apaixonada por moda sem regras, beleza sem crueldade, livros e música, criei o DMF em 2016 pra compartilhar algumas ideias, e de lá pra cá aprendi muito e me apaixono cada vez mais pelo que faço! Me siga no Instagram @katiamalagodi  e no @docemaldadefeminina também pra acompanhar conteúdos exclusivas! Te encontro por lá!
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