Sobre Relacionamentos Descartáveis

Por incontáveis vezes durante minha vida escutei que “o que vem fácil, vai fácil” e sempre concordei com isso. E nos dias de hoje, uma das coisas mais fáceis é conhecer pessoas. Existem dúzias de aplicativos e sites para conhecer pessoas, e são pessoas que passam por nós nas ruas diariamente, que trabalham perto ou na mesma empresa, que estudam na mesma universidade, que moram na rua ao lado, que tem família, amigos, cachorro, que sangram, choram, e respiram como você e eu. São pessoas que tem história, que carregam um passado com erros e aprendizados, como você e eu. Que sentem, como você e eu. Mas a facilidade em se relacionar com alguém banaliza a essência, esconde o interior.

As pessoas se enxergam como opções, e tem sempre aquela “reserva”: se “A” não der certo, tem o plano “B”. E assim acabam perdendo oportunidades, e perdem momentos, perdem o melhor que o outro tem a oferecer. Perdem os presentes que a vida pode trazer nas coisas simples por olhar as pessoas por fora. A sede de provar todas as opções para escolher a melhor não te deixa ficar com nenhuma, a forma racional da qual as pessoas agem não permite que se plantem sementes e então não se colhem frutos. Será isso medo? Medo de sofrer por algo, de levar um pé na bunda, de se decepcionar, de se arrepender? Medo do que pode acontecer lá na frente? Mas e o que está acontecendo agora, não importa?

Sobre Relacionamentos Descartáveis - a imagem exibe duas mãos segurando juntas pirulitos em forma de coração

As pessoas se enganam pensando e dizendo que querem compromisso, mas ao primeiro sinal de apego, fogem. Ao primeiro sinal de que algo não está como o esperado, de que a opção “A” não gosta do mesmo filme que você, já vem o pensamento “não vai dar certo”, e descartar uma pessoa com quem você não criou um vínculo é muito mais fácil. Você já se pegou pensando “estamos nos vendo demais, hoje vou dizer que tenho compromisso”, ou “acho que não vai dar em nada, vou procurar outra pessoa”? Claro, você pode procurar outra pessoa, mas fazer isso somente porque você dispensou alguém ou foi dispensado, ou simplesmente porque acha que o fulano não serve e não quer ficar sozinho, é legal? Não, e não funciona, porque quando você não precisar mais de consolo vai dispensar a pessoa da mesma forma que fez antes, e vai continuar em um ciclo de início e fim sem meio. Você pode escolher não estar com o Fulano, mas se vocês estão se vendo com frequência não é sinal de que algo está indo bem? E se está indo bem, não é melhor aproveitar para estar com alguém que te faz bem, pelo menos por algumas horas?

Vamos esquecer da facilidade! É fácil ter 10, 15, 20 “opções” para você sair e ter uma transa fácil, pra salvar o final de semana em que você não tinha planos, pra adiar a sua carência, mas e depois que acaba? Você se vê onde tudo começou, pensando em qual vai ser a próxima batalha e recompensa, com o mesmo sorriso no rosto para conquistar e acertar quantos alvos você quiser, mas com o mesmo vazio no peito. Vamos olhar as pessoas nos olhos, e nos interessar pelo que elas têm a nos ensinar, pelo seu passado, pelas suas fraquezas, pelas coisas boas. Se você não se dá a chance não vai conhecer ninguém como realmente a pessoa é. E quantas vezes você conheceu alguém legal e não se envolveu? Acontece que o tempo passa e uma hora essa pessoa legal encontrou alguém que também é legal. Você teve sua chance. Se não der certo, a vida continua, mas você sabe que não deixou de se permitir. E o que não nos mata de amor, nos fortalece.

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  Quem sou eu?
 
Criadora do DMF, publicitária, modelo, vegetariana, apaixonada por moda sem regras, beleza sem crueldade, livros e música. Criei o blog DMF em 2016 pra compartilhar algumas ideias, e de lá pra cá aprendi muito e me apaixono cada vez mais pelo que faço! Me siga no Instagram @katiamalagodi pra acompanhar mais dicas e conhecer um pouco da minha rotina sem rotina, e siga o @docemaldadefeminina também pra acompanhar dicas exclusivas do Insta! Te encontro por lá!
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