Olá menine, tudo bem? Hoje vamos falar sobre um assunto super sério e de extrema importância para todas nós, que é a romantização das cirurgias plásticas. Antes de entrar mais afundo no tema, vou deixar o link para um vídeo que publiquei em meu canal no YouTube há algum tempo, que fala sobre “Capitalismo e Padrões de Beleza“, que tem muito a ver com o que vamos conversar hoje.
Recentemente a blogueira Liliane Amorim faleceu em decorrência de uma lipoaspiração. Um caso infelizmente muito comum, basta uma pesquisa rápida e vemos dezenas de casos de mulheres que morreram por causa de uma lipoaspiração. A blogueira Evelyn Regly também sofreu com suas cirurgias: três rinoplastias, sendo que nas duas primeiras, além de ter ficado com o nariz “torto”, a blogueira teve problemas para respirar, e duas cirurgias nas mamas: uma para implante de silicone, que foi um verdadeiro horror na vida da Evelyn, pois a cirurgia não fechava e ela passou MAIS DE UM ANO com os seios abertos, e por qualquer esforço físico mínimo, tinha sangramentos. Após todo esse pesadelo, Evelyn conseguiu retirar o silicone, e clicando aqui você vai encontrar uma série de vídeos nos quais ela conta tudo sobre o que passou e as cirurgias. A blogueira Giovanna Ferrarezi também fez algumas cirurgias, e dentre elas, já declarou que se tivesse que pensar a respeito nos dias de hoje, não teria colocado implantes de silicone (clique aqui), e em um vídeo no IGTV também falou sobre a doença do silicone, uma síndrome nova que vem sendo estudada e que acarreta em uma série de sintomas físicos e psicológicos.
Vamos falar sobre números?
- O Brasil é o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo: De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2019, foram realizadas 1,7 milhão de cirurgias plásticas, sendo que a maioria delas (60%) para fins estéticos;
- É o quarto país que mais consome produtos cosméticos no mundo;
- O terceiro país em que os usuários de internet passam mais tempo em redes sociais;
- O país com o maior índice de pessoas com transtorno de ansiedade do mundo;
- E o quinto país com o maior índice de pessoas com depressão do mundo.
Agora eu te pergunto: você consegue fazer a relação entre esses dados?
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A blogueira Liliane Amorim faleceu após ter o intestino perfurado em uma lipoaspiração. |
É extremamente preocupante, se olharmos para esses dados, percebermos que num dos países cujo custo de vida é um dos mais caros do mundo e que há uma desigualdade social tão grande, exista tanto espaço para que tanto dinheiro seja colocado em procedimentos estéticos, DESNECESSÁRIOS, e que colocam a vida de tantas mulheres em risco.
A cultura de odiar os próprios corpos
Num país onde: ao ligar a televisão, em qualquer canal, você vê mulheres seminuas como “enfeites de palco” (OBJETIFICAÇÃO), onde uma marca de cerveja não sabe trabalhar seu posicionamento sem usar uma mulher seminua, malhada e siliconada (OBJETIFICAÇÃO, REFORÇO DE ESTEREÓTIPO, REFORÇO DE PADRÃO DE BELEZA), onde uma festa cultural exibe mulheres nuas na avenida como se fossem adornos, aos olhos masculinos (OBJETIFICAÇÃO, SEXUALIZAÇÃO), é mais do que óbvio que a própria cultura empurra, goela abaixo, esse padrão de beleza inalcançável (porque não existe) de uma forma muito subliminar, porque afinal, é “cultura”, sempre foi assim, e é apenas uma minoria que questiona esse tipo de comportamento.
Além de toda essa questão cultural, as redes sociais contribuem massivamente para
reforçar padrões de beleza inexistentes com filtros, efeitos e aplicativos que retiram supostas “imperfeições” e modificam o corpo, o rosto, a cor. Além disso, as redes sociais transformaram a internet num ambiente de ódio: “Cléo não pode engordar porque ficou feia, Bruna Marquezine está muito magra, Paola Oliveira com muita celulite”. NUNCA está bom o suficiente, as mulheres são cobradas, massacradas desde crianças por sua aparência: muito magra, muito gorda, cabelo duro, nariz chato, nariz grande, pernas finas, testa grande.
O quanto essas brincadeiras de infância e adolescência, o quanto esse massacre da televisão, das marcas de cerveja, dos próprios homens que passam a vida muitas vezes comparando a própria companheira a mulheres irreais, o quanto essa cobrança DOENTIA das redes sociais pode influenciar na auto-estima e bem estar de milhões de mulheres? Você, leitora ou leitor do blog, você percebe, sente o quanto isso é CRUEL?
O que eu quero com esse post hoje é trazer uma reflexão: o que nós somos? Você é a sua aparência, o formato do seu nariz? Ou dentro de você existe uma pessoa real, com qualidades e defeitos, com sentimentos, sonhos, amor? E até que ponto é válido nos compararmos, e principalmente, colocar em um pedestal mulheres que sabemos que estão cobertas de cirurgias plásticas da cabeça aos pés, reforçando um ideal imaginário? Será que vale a pena assumir tantos riscos e passar por um pós operatório difícil e doloroso para agradar a pessoas que sequer se importam com o nosso bem-estar, com a nossa felicidade?
Fontes:
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Quem sou eu?
Oi! Eu sou Kátia Malagodi, criadora do DMF, publicitária, modelo, vegetariana, apaixonada por moda sem regras, beleza sem crueldade, livros e música. Criei o blog DMF em 2016 pra compartilhar algumas ideias, e de lá pra cá aprendi muito e me apaixono cada vez mais pelo que faço! Me siga no Instagram
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